Bem Vindo ao campo!

Sinta-se um dentre os tantos girassóis pelo campo
Sinta o Sol te aquecendo, te chamando e te norteando
Sinta o vento soprando, te sacudindo e te movimentando
Sinta a água a cair te refrescando e te regando
Sinta a terra te sustentando e nutrindo
Sinta-se pleno, reluzente...Seja girassol.

by Girassol (Márcia Cavagnari)

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Baba Yaga e Vasalisa

A honestidade que a vida exige é ilustrada nos contos russos sobre Baba Yaga, que faz parte da Mitologia Eslava. É uma velha de aparência selvagem que mora no meio da floresta. Ela assusta, pois quem a procura é obrigado a entrar na escuridão, a fazer perguntas perigosas, a deixar o mundo da lógica e do conforto.

Heis um conto que extraiu de mim o que relutava ver.

Ele fala de como infundir nas mulheres o poder instintivo básico da Mulher Selvagem: a intuição.

Era uma vez, e não era uma vez, uma jovem mãe que jazia no seu leito de morte, com o rosto pálido como as rosas brancas de cerana sacristia da igreja dali de perto. Sua filinha e seu marido estavam sentados aos pés da sua velha cama de madeira e oravam para que o Deus a conduzisse em segurança até o outro mundo. A mãe moribunda chamou Vasalisa e a criança de botas vermelhas e avental branco ajoelhou-se ao lado da mãe:
- Essa boneca é para você, meu amor - sussurrou a mãe, e da coberta felpuda ela tirou uma bonequinha minúscula que, como a própria Vasalina, usava botas vermelhas, avental branco, saia preta e colete todo bordado com linha colorida.
- Estas são as minhas últimas palavras querida - disse a mãe.
- Se você se perder ou precisar de ajuda, pergunte a boneca o que fazer. Você receberá ajuda. Guarde sempre a boneca. Não fale a ninguém sobre ela. Dê-lhe de comer quando ela estiver com fome. Essa é a minha promessa de mãe para você, minha bênção querida.
E, com essas palavras, a respiração da mãe mergulhou nas profundezas do seu corpo, onde recolheu sua alma, e saiu correndo pelos lábios; e a mãe morreu.
A criança e o pai choraram sua morte muito tempo. No entanto, como o campo arrasado pela guerra, a vida do pai voltou a verdejar por entre os sulcos e ele desposou uma viúva com duas filhas. Embora a nova madrasta e suas filhas fossem gentis e sorrissem como damas, havia algo de corrosivo por trás dos sorrisos que o pai de Vasalisa não percebia.
Realmemente, quando as três estavam sozinhas com Vasalisa, elas a atormentavam, forçavam-na a lhes servir de criada, mandavam-na cortar lenha para que sua pele delicada se ferisse. Elas a detestavam porque Vasalisa tinha uma
doçura que não parecia deste mundo. Ela era também muito bonita. Seus seios eram fartos, enquanto os delas definhavam de maldade. Ela era solícita e não se queixava, enquanto a madrasta e as duas filhas eram, entre si mesmas, como ratos no monte de lixo à noite.

Um dia a madrasta e suas filhas simplesmente não conseguiam aguentar Vasalisa.
- Vamos combinar de deixar o fogo se apagar e, então, vamos mandar Vasalisa entrar na floresta para ir pedir fogo para nossa lareira a Baba Yaga, a bruxa. E, quando ela chegar até Baba Yaga, bem, a velha irá matá-la e comê-la.
As três bateram palmas e guincharam como animais que vivem na escuridão. Por isso, naquela noite, quando Vasalisa voltou para casa depois de catar lenha a casa estava completamente às escuras. Ela ficou muito preocupada e falou com a madrasta.
- O que aconteceu? Como vamos fazer para cozinhar? O que vamos fazer
para iluminar as trevas?

- Sua imbecil - reclamou a madrasta.
- É claro que não temos fogo. E eu não posso sair para o bosque devido à minha idade. Minhas filhas não podem ir porque têm medo. Você é a única que tem condições de sair floresta adentro para encontrar Baba Yaga e conseguir dela uma brasa para acender nosso fogo de novo.
- Ora, está bem - respondeu Vasalisa inocente.
- É o que vou fazer.
E foi mesmo.
A floresta ia ficando cada vez mais escura e os gravetos estalavam sob seus pés, deixando-a assustada. Ela enfiou a mão bem fundo no bolso do avental e ali estava a boneca que a mãe ao morrer lhe havia dado.
- Só de tocar nessa boneca já me sinto melhor - disse Vasalisa, acariciando a boneca no bolso.
A cada bifurcação da estrada, vasalisa enfiava a mão no bolso e consultava a boneca. "Bem, eu devo ia para a esquerda ou para a direita?" A boneca respondia "Sim", "Não", "Para esse lado" ou "Para aquele lado". E Vasalisa dava à boneca um pouco de pão enquanto ia caminhando, seguindo o que sentia estar emanando da boneca.
De repente, um homem de branco num cavalo branco passou galopando e o dia nasceu. Mais adiante, um homem de vermelho passou montado num cavalo vermelho e o sol apareceu. Vasalisa caminhou e caminhou e... bem na hora em que estava chegando ao casebre de Baba Yaga, um cavaleiro vestido de negro passou trotando e entrou no casebre. Imediatamente fez-se noite.
A cerca feita de caveiras e ossos ao redor da cabana começou a refulgir com um fogo interno de tal forma que a floresta ficou iluminada com a luz espectral.
Ora, Baba Yaga era uma criatura muito terrível. Ela viajava, não num coche, nem numa carruagem, mas num caldeirão com o formato de um gral que voava sozinho. Ela remava esse veículo com um remo que parecia um pilão e o tempo todo varria o rastro por onde passava com uma vassoura feita do cabelo de alguém morto há muito tempo.
E o caldeirão veio voando pelo céu, com o próprio cabelo sebento de Baba Yaga na esteira. Seu queixo comprido era curvado para cima e seu longo nariz era curvado para baixo, de modo que os dois se encontravam a meio caminho.
Baba Yaga tinha um ínfimo cavanhaque branco e verrugas na pele adquiridas de seus contatos com sapos. Suas unhas manchadas de marrom eram grossas e estriadas como telhados e tão compridas e recurvas que ela não conseguia fechar a mão.

Ainda mais estranha era a casa de Baba Yaga. Ela ficava em cima de enormes pernas de galinha, amarelas e escamosas e andava de um lado para o outro sozinha. Ela às vezes girava como uma bailarina em transe. As cavilhas nas portas e janelas eram feitas de dedos humanos das mãos e dos pés e a tranca da porta da frente era um focinho com muitos dentes pontiagudos.
Vasalisa consultou a boneca:
-É essa a casa que procurávamos?
E a boneca, a seu modo, respondeu: -É! É essa a que procurávamos.



E antes que ela pudesse dar mais um passo, Baba Yaga, no seu caldeirão desceu sobre Vasalisa, aos gritos:
- O que você quer?
- Vovó, vim apanhar fogo - respondeu a menina, estremecendo.
- Está frio na minha casa... o meu pessoal vai morrer... preciso de fogo.
- Ah, sei - retrucou Baba Yaga, rabugenta.
- Conheço você e o seu pessoal. Bem, criança inútil... você deixou o fogo se apagar. O que é muita imprudência. Além do mais, o que a faz pensar que eu lhe daria uma chama?
- Porque eu estou pedindo - respondeu rápido Vasalisa depois de consultar a boneca.
- Você tem sorte - ronronou Baba Yaga - Essa é a resposta certa.
E Vasalisa se sentiu com muita sorte por ter acertado a resposta.
Baba Yaga, porém, a ameaçou.
- Não há a menor possibilidade de eu lhe dar o fogo antes de você fazer algum trabalho para mim. Se você realizar essas tarefas para mim, receberá o fogo. Se não...
E nesse ponto Vasalisa viu que os olhos de Baba Yaga de repente se transformavam em brasas.
- Se não, minha filha, você morrerá.
E assim Baba Yaga entrou pesadamente no casebre, deitou-se na cama e mandou que Vasalisa lhe trouxesse a comida que estava no forno. No forno havia comida suficiente para dez pessoas, e a Yaga comeu tudo, deixando uma pequena migalha e um dedal de sopa para Vasalisa.
- Lave minha roupa, varra a casa e o quintal, prepare minha comida, separe o milho mofado do milho bom e certifique-se que está tudo em ordem. Volto mais tarde para inspecionar seu trabalho. Se tudo não estiver pronto, você será meu banquete.
E com isso Baba Yaga partiu voando no seu caldeirão, com o nariz lhe servindo de bitura e o cabelo, de vela.
E anoiteceu novamente.Vasalisa voltou-se para a boneca assim que Yaga se foi.
- O que vou fazer? Vou conseguir cumprir as tarefas a tempo?
A boneca disse que sim e recomendou que ela comesse algo e fosse dormir. Vasalisa deu algo de comer à boneca também e adormeceu.
Pela manhã a boneca havia feito todo o trabalho e só faltava preparar a refeição. À noite, a Yaga voltou e não encontrou nada por fazer.
Satisfeita, de certo modo, mas irritada por não conseguir encontrar nenhuma falha, Baba Yaga zombou de Vasalisa:

- Você é uma menina de sorte.
Ela, então, convocou seus fiéis criados para moer o milho e três pares de mãos apareceram em pleno ar e começaram a raspar e esmagar o milho. Os resíduos pairavam no ar como uma neve dourada. Finalmente o serviço terminou e Baba Yaga se sentou para comer. Comeu horas a fio e deu ordens a Vasalisa que lavasse a roupa:
- Naquele monte de estrume - disse a Yaga, apontando para um enorme monte de estrume no quintal - há muitas sementes de papoula, milhões de sementes de papoula. Amanhã quero encontrar um monte de sementes de papoula e um monte de estrume, completamente separados um do outro. Compreendeu?
- Meu Deus, como vou fazer isso? - exclamou Vasalisa, quase desmaiando.
- Não se preocupe, eu me encarrego - sussurrou a boneca, quando a menina enfiou a mão no bolso.
Naquela noite, Baba Yaga adormeceu roncando e Vasalisa tentou... catar... as... sementes de papoula... do... meio... do... estrume.
- Durma agora - disse-lhe a boneca, depois de algum tempo. - Tudo vai dar certo.
Mais uma vez, a boneca executou todas as tarefas e, quando a velha voltou, tudo estava pronto.
- Ora, ora! Que sorte a sua de conseguir acabar tudo! - disse Baba Yaga, falando sarcástica pelo nariz.
Ela chamou seus criados para prensar o óleo das semantes e, novamente, três pares de mãos apareceram e cumpriram a tarefa.
Enquanto a Yaga estava besuntando os lábios na gordura do cozindo, Vasalisa ficou parada por perto.
- E aí, o que é que você está olhando? - perguntou Baba Yaga, de mau humor.
- Posso lhe fazer umas perguntas, vovó? - perguntou Vasalisa.
- Pergunte - ordenou a Yaga - mas lembre-se: saber demais envelhece as pessoas antes do tempo.
Vasalisa perguntou quem era o homem de branco no cavalo branco.
- Ah - respondeu a Yaga, com carinho.
- Esse primeiro é o meu Dia.
- E o homem de vermelho no cavalo Vermelho?
- Ah, esse é o meu Sol Nascente.
- E o homem de negro no cavalo negro?
- Ah, sim, esse é o terceiro e ele é minha Noite.
- Entendi - disse Vasalisa
- Vamos, vamos, minha criança. Não queres fazer mais perguntas? - sugeriu a Yaga, manhosa.
Vasalisa estava a ponto de perguntar sobre os pares de mãos que apareciam e desapareciam, mas a boneca começou a saltar dentro do bolso e, em vez disso, Vasalisa respondeu.
- Não, vovó. Como a senhora mesma diz, saber demais pode envelhecer a pessoa antes da hora.
- É - disse Yaga, inclinando a cabeça como um passarinho - você é muito ajuizada para a sua idade, menina. Como conseguiu isso?
- Foi a bênção da minha mãe - disse Vasalisa, com um sorriso.
- Benção?! - guinchou Baba Yaga - Benção?! Não precisamos de benção nenhuma aqui nesta casa. É melhor você procurar seu caminho, filha.
E foi empurrando Vasalisa para o lado de fora
- Vou lhe dizer uma coisa, menina. Olhe aqui! - Baba Yaga tirou uma caveira de olhos incandecentes da cerca e a enfiou numa vara. - Pronto! Leve esta caveira na vara até sua casa. Isso! Esse é o seu fogo. Não diga mais uma palavra sequer. Só vá embora.Vasalisa ia agradecer à Yaga, mas a bonequinha no fundo do bolso começou a saltar para cima e para baixo, e Vasalisa percebeu que devia só apanhar o fogo e ir embora.
Ela voltou correndo para casa, seguindo as curvas e voltas da estrada com a boneca lhe indicando o caminho. Era noite, e Vasalisa atravessou a floresta com a caveira numa vara, com o brilho do fogo saindo pelos buracos dos ouvidos, dos olhos, do nariz e da boca. De repente, ela sentiu medo dessa luz espectral e pensou em jogá-la fora, mas a caveira falou com ela, insistindo para que se acalmasse e prosseguisse para casa da madrasta e das filhas.
Quando Vasalisa ia se aproximando da casa, a madrasta e suas filhas olharam pela janela e viram uma luz estranha que vinha dançando pela mata. Cada vez chagava mais perto. Elas não podiam imaginar o que aquilo seria. Já haviam concluído que a longa ausência de Vasalisa indicava que ela, a essa altura, estava morta, que seus ossos haviam sido carregados por animais, e que bom que ela havia desaparecido!
Vasalisa chegava cada vez mais perto de casa. E, quando a madrasta e suas filhas viram que era ela, correram na sua direção dizendo que estavam sem fogo desde que ela havia saído e que, por mais que tentassem acender um, ele sempre se extinguia.
Vasalisa entrou na casa, sentindo-se vitoriosa por ter sobrevivido à sua perigosa jornada e por ter trazido o fogo para casa.
No entando, a caveira na vara ficou observando cada movimento da madrasta e das duas filhas, queimando-as por dentro. Antes de amanhecer, ela havia reduzido a cinzas aquele trio perverso.


Para compreender uma história dessas, consideramos que todos os seus componentes representam a psique de uma única mulher. Desse modo, todos os aspectos da história pertecem a uma única psique que passa por um processo de iniciação. A iniciação é representada pelo cumprimento de certas tarefas. Nesse conto, há nove tarefas a serem cumpridas pela psique. Elas se concentram na aprendizagem dos hábitos da Velha Mãe Selvagem.

A Primeira Tarefa - Permitir a morte da mãe-boa-demais
As tarefas psíquicas desse estágio na vida da mulher são as seguintes: aceitar o fato de que a mãe psíquica protetora, sempre vigilante, não é adequada para ser um guia para a futura vida instintiva da pessoa (a mãe-boa-demais morre). Assumir a realidade de estar só, de desenvolver a própria conscientização quanto ao perigo, às intrigas, à política. Tornar-se alerta sozinha, para seu próprio proveito; deixar morrer o que deve morrer. À medida que a mãe-boa-demais morre, a nova mulher nasce.
A Segunda Tarefa - Denunciar a natureza sombria
Nessa parte da história, a família da madrasta má e detestável entra no mundo de Vasalisa, tornando sua vida uma desgraça. São as seguintes as tarefas desse período: aprender ainda com maior conscientização a largar a mãe excessivamente positiva. Descobrir que ser boazinha, que ser gentil e simpática não fará a vida florir. (Vasalisa torna-se escrava, mas isso de nada adianta.) Vivenciar diretamente a própria natureza sombria, especialmente os aspectos exploradores, ciumentos e rejeitadores do self (a madrasta e suas filhas). Incorporar esses aspectos. Criar o melhor relacionamento possível com as piores partes de si mesma. Deixar acumular a tensão entre quem se aprendeu a ser e quem se é realmente. Trabalhar, afinal, no sentido de deixar morrer o velho self para que nasça o novo self intuitivo.
A terceira Tarefa - Navegar nas trevas
Nessa parte da história, o legado da mãe falecida - a boneca - orienta Vasalisa na travessia da escuridão até a casa de Baba Yaga. São as seguintes as tarefas psíquicas desse estágio: consentir em se aventurar a penetrar no local da iniciação profunda (entrada na floresta) e começar a experimentar o sentimento numinoso novo e aparentemente perigoso de estar imersa no poder intuitivo. Aprender a desenvolver a sensibilidade ao inconsciente misterioso no que se relaciona ao direcionamento e confiar exclusivamente nos próprios sentidos interiores. Aprender o caminho de volta para casa da Mãe Selvagem (obedecendo às instruções da boneca). Aprender a nutrir a intuição (alimentar a boneca). Deixar que a mocinha frágil e ingênua morra ainda mais. Transferir o poder para a boneca, ou seja, para a intuição.
A quarta Tarefa - Encarar a Megera Selvagem
Nessa parte da história, Vasalisa encontra a Megera Selvagem pessoalmente. As tarefas desse encontro são as seguintes: ser capaz de suportar o rosto apavorante da Deusa Selvagem sem hesitar (topar com Baba Yaga). Familiarizar-se com o mistério, a estranheza, a 'austeridade' do selvagem (residir na casa de Baba Yaga por algum tempo). Adotar nas nossas vidas alguns dos seus valores, tornando-nos, portanto, também um pouco estranhas (comer seus alimentos). Aprender a encarar um poder enorme nos outros e subsequentemente nosso próprio poder. Permitir que a criança frágil e boazinha em excesso vá definhando ainda mais.
A quinta Tarefa - Servir o não-racional
Nessa parte da história, Vasalisa pediu o fogo a Baba Yaga, e Yaga concorda se Vasalisa fizer, em troca, alguns serviços domésticos para ela. As tarefas psíquicas desse período de aprendizado são as seguintes: ficar com a Deusa Megera; aclimatar-se às imensas forças selvagens da psique feminina. Chegar a reconhecer o poder dela (o seu poder) e os poderes das purificações interiores; limpar, escolher, alimentar, criar energia e idéias (lavar as roupas da Yaga, cozinhar para ela, limpar sua casa e separar os alimentos).
A sexta Tarefa - Separar isso daquilo
Nessa parte da história, Baba Yaga exige de Vasalisa duas tarefas muito difíceis. As tarefas psíquicas da mulher são as seguintes: aprender a discriminar meticulosamente, a separar as coisas umas das outras com o melhor discernimento, aprender a fazer distinções sutis (ao escolher o milho mofado do milho são e ao selecionar as sementes de papoula de um monte de estrume). Observar o poder do inconsciente e como ele funciona mesmo quando o ego não está familiarizado (os pares de mãos que aparecem no ar). Aprender mais sobre a vida (o milho) e a morte (as sementes de papoula).
A sétima Tarefa - Perguntar sobre os mistérios
Depois de completar com sucesso as suas tarefas, Vasalisa faz algumas perguntas à Yaga. As perguntas deste estágio são as seguintes: Perguntar e tentar aprender mais a respeito da natureza da vida-morte-vida e de seu funcionamento (Vasalisa pergunta sobre os cavaleiros). Aprender a verdade acerca da capacidade de compreender todos os elementos da natureza selvagem ('saber demais pode envelhecer a pessoa antes do tempo').
A oitava Tarefa - De pé nas quatro patas
Baba Yaga sente repulsa pela bênção da mãe falecida e dá a Vasalisa a luz - uma caveira incandescente numa vara - dizendo-lhe que se vá. As tarefas desta parte da história são as seguintes: assumir um poder imenso de ver e afetar os outros (o recebimento da caveira). Ver as situações da própria vida com essa nova luz (descobrir o caminho de volta à família da madrasta).
A nona Tarefa - Reformular a sombra
Vasalisa volta para casa com a caveira incandescente na vara. Ela quase a joga fora, mas a caveira a tranquiliza. Uma vez de volta a casa, a caveira observa a madrasta e suas filhas, queimando-as até reduzi-la a cinzas. Vasalisa tem uma vida longa e feliz daí em diante.São as seguintes as tarefas desse estágio: usar a própria visão aguçada (os olhos incandescentes) para reconhecer a sombra negativa da nossa prórpia psique e/ou os aspectos negativos das pessoas e acontecimentos do mundo exterior bem como para reagir a eles. Reformular as sombras negativas da própria psique com o fogo-da-megera (a perversa família da madrasta, que anteriormente torturava Vasalisa, é reduzida a cinzas).

Fonte: Mulheres que correm com lobos. Clarissa Pinkola. Editora Rocco.

3 comentários:

  1. Um ótimo conto que explicita realmente o que é se conhecer, conhecer os nossos Deuses interiores e nossos Demônios também. Linda postagem!

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  2. Oie Márcia!De ond saiu esse conto tem muitos outros, esse livro da Clarissa é ótimo.
    Parabéns pelo blog,gostei muito.
    Bjs

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  3. Maravilhosamente instigante. Coloca dentro de nós uma sede de auto-conhecimento profundo e sóbrio.

    BB
    Sophia

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